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TRADIÇÃO RELIGIOSA DO BACALHAU NA PÁSCOA E NO NATAL
A Igreja Católica, na época
da Idade Média, mantinha um rigoroso calendário onde os cristãos
deveriam obedecer os dias de jejum, excluindo de sua dieta
alimentar as carnes consideradas "quentes". O bacalhau
era uma comida "fria" e seu consumo era
incentivado pelos comerciantes nos dias de jejum. Com isso,
passou a ter forte identificação com a religiosidade e a cultura
do povo português.
Conforme relatam os autores
do livro "O Bacalhau na Vida e na Cultura dos
Portugueses":
"O número de dias de
jejum e abstinência a que se sujeitavam anualmente os portugueses
era considerável, não se limitando ao período da Quaresma, a época
do ano em que o bacalhau era "rei" à mesa. Segundo
Carlos Veloso, durante mais de um terço do ano não se podia
comer carne. Assim era na "Quarta-Feira de Cinzas e todas as
Sextas e Sábados da Quaresma, nas Quartas, Sextas e Sábados das
Têmperas, (n)as vésperas do Pentecostes, da Assunção, de
Todos-os-Santos e do dia de Natal e ainda nos dias de simples
abstinência, ou seja, todas as Sextas-Feiras do ano não
coincidentes com dias enumerados para as solenidades, os restantes
dias da Quaresma, a Circuncisão, a Imaculada Conceição, a
Bem-Aventurada Virgem Maria e os Santos Apóstolos Pedro e
Paulo."
O rigoroso calendário de jejum foi
aos poucos sendo desfeito, mas a tradição do bacalhau se
mantém forte nos países de língua portuguesa até os dias de
hoje, principalmente no Natal e na Páscoa, as datas mais
expressivas da religião católica, onde se comemoram o Nascimento
e a Ressurreição de Cristo. |
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